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Parte 10 - Configurações, Principais Comandos de Rede e Gerenciamento

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O sistema operacional Linux é amplamente utilizado no mundo da tecnologia da informação, especialmente em ambientes de servidores e redes. Se você é um profissional de TI que está começando a explorar o Linux, é essencial entender como configurar e monitorar sua rede, pois isso é fundamental para o funcionamento eficiente de sistemas e serviços.

Neste artigo, vamos abordar vários aspectos relacionados à configuração e monitoramento de rede no Linux, com foco no sistema operacional Ubuntu.

Entendendo o Endereço IP e a Netmask

Antes de mergulharmos na configuração, é fundamental compreender o que são o endereço IP e a máscara de rede.

Endereço IP (Internet Protocol): É um número exclusivo atribuído a cada dispositivo em uma rede. O IP permite que os dispositivos se comuniquem uns com os outros em uma rede, identificando a origem e o destino dos pacotes de dados.

Netmask (Máscara de Rede): A máscara de rede determina a extensão da rede local e a quantidade de dispositivos que podem se comunicar nela. Ela é representada por um conjunto de números binários e ajuda a separar a parte da rede do endereço IP da parte do host.

Configurando o Endereço IP e a Netmask

A configuração do endereço IP e da máscara de rede no Linux é realizada principalmente por meio do arquivo de configuração de rede. No Ubuntu, esse arquivo é geralmente encontrado em /etc/netplan.

Siga estas etapas para configurar o endereço IP e a máscara de rede:

Passo 1: Abra o arquivo de configuração

Você pode usar qualquer editor de texto para abrir o arquivo de configuração de rede. Vamos usar o editor de texto nano como exemplo.

sudo nano /etc/netplan/01-network-manager-all.yaml

Passo 2: Edite o arquivo

Dentro do arquivo, você encontrará uma seção que se parece com esta:

network:
  version: 2
  renderer: networkd
  ethernets:
    enp0s3:
      dhcp4: true

Para configurar um endereço IP estático, você deve alterar o conteúdo desta seção. Por exemplo, para configurar o endereço IP 192.168.1.100 com uma máscara de rede 255.255.255.0, você pode fazer o seguinte:

network:
  version: 2
  renderer: networkd
  ethernets:
    enp0s3:
      addresses: 192.168.1.100/24

Lembre-se de substituir enp0s3 pelo nome da sua interface de rede.

Passo 3: Aplicar as configurações

Depois de fazer as alterações no arquivo, você deve aplicar as configurações usando o seguinte comando:

sudo netplan apply

Verificando a Configuração

Para verificar se a configuração foi aplicada corretamente, você pode usar o comando ip addr show, que exibirá as informações sobre todas as interfaces de rede, incluindo o endereço IP e a máscara de rede da interface configurada.

ip addr show

Você verá a lista de interfaces e seus respectivos endereços IP.

Compreendendo Hosts e Hostname

Antes de mergulharmos na configuração, é importante entender a diferença entre hosts e hostname.

Hosts: Em termos simples, um “host” é um nome ou rótulo que se refere a um dispositivo ou recurso em uma rede. No contexto do Linux, o arquivo /etc/hosts é usado para associar nomes de host a endereços IP locais, permitindo que o sistema resolva nomes para endereços IP.

Hostname: O “hostname” é o nome exclusivo que identifica uma máquina em uma rede. Ele é usado para diferenciar um sistema de outros sistemas na mesma rede. O hostname geralmente é definido como parte da configuração do sistema.

Configurando Hosts e Hostname

Vamos abordar como configurar o arquivo /etc/hosts e o hostname em um sistema Ubuntu.

Configurando o arquivo /etc/hosts

O arquivo /etc/hosts permite que você mapeie nomes de hosts para endereços IP locais. Isso é útil para definir nomes personalizados para o seu sistema ou outros dispositivos locais. Para configurá-lo, siga estas etapas:

Passo 1: Abra o arquivo /etc/hosts

Use um editor de texto para abrir o arquivo /etc/hosts. Vamos usar o nano como exemplo:

sudo nano /etc/hosts

Passo 2: Adicione entradas de hosts

Dentro do arquivo, você pode adicionar entradas que associam nomes de host a endereços IP. Por exemplo:

127.0.0.1   localhost
192.168.1.100  meu-servidor

Substitua meu-servidor pelo nome que deseja atribuir ao seu sistema.

Configurando o Hostname

Para definir o hostname do sistema, você pode usar o comando hostnamectl. Veja como fazer isso:

Passo 1: Defina o novo hostname

Substitua novo-hostname pelo nome que deseja atribuir ao seu sistema:

sudo hostnamectl set-hostname novo-hostname

Passo 2: Verifique o novo hostname

Você pode verificar se o novo hostname foi definido corretamente usando o comando hostname:

hostname

O nome do sistema será exibido.

Outros exemplos de utilização do comandos hostname:

Certamente, aqui estão exemplos do uso de cada um desses comandos:

hostname -i: Exibindo o endereço IP associado ao nome da máquina.

$ hostname -i
192.168.1.100

hostname -f: Exibindo o Fully Qualified Domain Name (FQDN) da máquina.

$ hostname -f
meu-servidor.local

hostname -d: Exibindo apenas o nome de domínio da máquina.

$ hostname -d
local

hostname -v: Exibindo informações de depuração sobre o nome da máquina. A saída pode variar dependendo da configuração do sistema.

$ hostname -v
gethostname()=meu-servidor

hostname -I: Exibindo todos os endereços IP associados ao sistema.

$ hostname -I
192.168.1.100 10.0.0.2

Lembre-se de que a saída desses comandos pode variar dependendo da configuração específica do seu sistema. Os exemplos acima são apenas ilustrações e os valores reais dependerão das configurações e das interfaces de rede do seu sistema.

Verificando a sua rede na linha de comando

Quando se trata de administração de sistemas Linux, é essencial poder verificar a conectividade de rede, diagnosticar problemas e obter informações sobre a rede local.

O sistema operacional Linux oferece uma série de comandos na linha de comando que ajudam a realizar essas tarefas de forma eficiente. Vamos explorar os comandos mais comuns para verificar sua rede no Linux, com foco no sistema operacional Ubuntu.

 

Exemplos de como usar os principais comandos:

ip addr show ou ip a s: Exibindo informações detalhadas sobre todas as interfaces de rede.

ip addr show

ou

ip a s

ip: O comando ip é uma ferramenta ampla. Você pode usá-lo para exibir informações específicas de uma interface, como ip address show enp0s3.

ip address show enp0s3

ifconfig: Exibindo informações sobre as interfaces de rede. Observe que ifconfig está gradualmente sendo substituído por ip em muitas distribuições Linux.

ifconfig

route: Exibindo a tabela de roteamento do sistema.

route

traceroute google.com: Rastreando a rota para o host “google.com”.

traceroute google.com

hostname: Exibindo o nome da máquina ou hostname do sistema.

hostname

dnsdomainname: Exibindo o nome de domínio DNS do sistema.

dnsdomainname

 

Lembre-se de que os exemplos fornecidos são ilustrativos e os resultados reais podem variar com base na configuração do seu sistema. Além disso, em algumas distribuições Linux, pode ser necessário usar privilégios de superusuário (usando sudo) para executar alguns desses comandos, especialmente ao configurar ou modificar configurações de rede.

Aprendendo os Comandos ping e fping no Linux

Quando se trata de verificar a conectividade de rede em sistemas Linux, os comandos ping e fping são duas ferramentas essenciais. Eles permitem testar a acessibilidade de hosts e dispositivos em uma rede, bem como medir a latência das respostas. Neste artigo, exploraremos como usar essas ferramentas e suas diferenças.

Comando ping

O ping é uma ferramenta simples e amplamente utilizada que envia pacotes ICMP (Internet Control Message Protocol) para um host ou endereço IP e aguarda uma resposta. Isso é útil para verificar se um host está ativo e medir a latência da rede. Aqui está como você pode usá-lo:

ping google.com

Isso enviará pacotes ICMP para o host “google.com” e exibirá informações sobre a latência e a taxa de sucesso das respostas. Para interromper o ping, você pode pressionar Ctrl + C.

Comando fping

O fping é uma ferramenta mais avançada que oferece recursos adicionais em comparação com o ping tradicional. Com o fping, você pode realizar verificações de conectividade em várias máquinas em paralelo, economizando tempo em comparação com o ping, que verifica hosts um de cada vez. O fping é especialmente útil para verificar várias máquinas em uma rede. Aqui está como você pode usá-lo:

fping -c 4 google.com

Neste exemplo, o -c 4 significa que o fping enviará 4 pacotes para o host “google.com” e exibirá as estatísticas de latência e taxa de sucesso. O fping pode verificar várias máquinas ao mesmo tempo se você listar os hosts a serem verificados como argumentos.

Principais Diferenças

Aqui estão algumas das principais diferenças entre o ping e o fping:

1. Ping Único vs. Múltiplos Pings: O ping envia um único pacote ICMP por vez e aguarda uma resposta, enquanto o fping pode enviar vários pacotes para várias máquinas em paralelo.

2. Contagem de Pacotes: Com o ping, você geralmente precisa especificar o número de pacotes manualmente usando a opção -c. O fping permite uma abordagem mais flexível.

3. Saída Formatada: O fping fornece saídas formatadas, facilitando a extração de informações e a automação em scripts. O ping tem saída menos formatada.

4. Eficiência em Verificação em Lote: Para verificar várias máquinas em uma rede, o fping é mais eficiente do que executar o ping repetidamente.

Tanto o ping quanto o fping são ferramentas valiosas para verificar a conectividade de rede e diagnosticar problemas. O ping é ótimo para testar a conectividade de hosts individuais e medir a latência, enquanto o fping brilha ao verificar vários hosts em lote.

O uso dessas ferramentas dependerá das necessidades específicas do seu trabalho de administração de rede e das tarefas que você precisa realizar. Ambas as ferramentas são úteis e complementares no conjunto de ferramentas de um administrador de sistemas.

Mais exemplos dos comandos: ping, fping e hping.

ping 192.168.0.1: Este comando usa o ping para verificar a conectividade com o endereço IP 192.168.0.1, enviando pacotes ICMP.

ping 192.168.0.1

ping fb.com: Este comando usa o ping para verificar a conectividade com o domínio “fb.com”, que é o Facebook.

ping fb.com

ping -c 1 fb.com -4: Este comando envia apenas um pacote ICMP para o domínio “fb.com” e força o uso do IPv4 (opção -4).

ping -c 1 fb.com -4

ping -I enp0s3 fb.com -4: Este comando especifica a interface de rede “enp0s3” com a opção -I e envia um único pacote ICMP IPv4 para o domínio “fb.com”.

ping -I enp0s3 fb.com -4

fping 192.168.0.1: Este comando usa o fping para verificar a conectividade com o endereço IP 192.168.0.1, enviando vários pacotes ICMP em série.

fping 192.168.0.1

fping -b 12 -C3 192.168.0.1: O comando fping envia 12 pacotes por vez, fazendo um total de 3 rodadas.

fping -b 12 -C3 192.168.0.1

fping -b 10000 -C3 192.168.0.1: Neste caso, o fping envia 10.000 pacotes por vez, fazendo 3 rodadas.

fping -b 10000 -C3 192.168.0.1

fping -c 1 -g 192.168.0.0/24: O comando fping envia um único pacote ICMP para um intervalo de endereços IP no formato CIDR, neste caso, todos os endereços no intervalo 192.168.0.0/24.

fping -c 1 -g 192.168.0.0/24

hping3 -c 100 -i u1000 192.168.0.1: O hping3 é uma ferramenta mais avançada que pode enviar pacotes de dados com mais opções, incluindo intervalos de tempo. Este comando envia 100 pacotes com um intervalo de 1000 microssegundos (1 milissegundo) para o endereço IP 192.168.0.1.

hping3 -c 100 -i u1000 192.168.0.1

hping3 -2 -c 2 192.168.0.1: Este comando envia dois pacotes SYN para a porta 0 do endereço IP 192.168.0.1, simulando um scan de porta.

hping3 -2 -c 2 192.168.0.1

 

Lembre-se de que a utilidade e os resultados de cada comando podem variar dependendo da configuração de rede e do sistema operacional. Certifique-se de usar essas ferramentas com cuidado e de acordo com as políticas de rede e segurança da sua organização.

Trabalhando com Roteamento no Linux

O roteamento é um componente crítico da administração de redes no Linux, permitindo que os pacotes de dados sejam direcionados de uma rede para outra. Os sistemas Linux têm várias ferramentas e comandos para configurar, visualizar e solucionar problemas relacionados ao roteamento. Neste artigo, exploraremos como trabalhar com roteamento no Linux, com foco no sistema operacional Ubuntu.

Conceitos Básicos de Roteamento

Antes de entrarmos nos comandos e ferramentas específicas, é importante entender alguns conceitos básicos de roteamento:

Roteador: Um dispositivo que encaminha pacotes de uma rede para outra. Pode ser um dispositivo físico ou um sistema Linux configurado para roteamento.

Tabela de Roteamento: Uma tabela que contém informações sobre como direcionar pacotes para redes de destino. No Linux, a tabela de roteamento é mantida pelo kernel.

Gateway: Um roteador usado para encaminhar pacotes para redes de destino desconhecidas.

Rotas Estáticas e Dinâmicas: As rotas estáticas são configuradas manualmente, enquanto as rotas dinâmicas são aprendidas automaticamente por meio de protocolos de roteamento.

Comandos para Trabalhar com Roteamento

Aqui estão alguns comandos e ferramentas essenciais para trabalhar com roteamento no Linux:

ip route: Este comando exibe a tabela de roteamento atual do sistema, mostrando as rotas configuradas, destinos e gateways.

ip route

route: O comando route também exibe a tabela de roteamento, embora esteja sendo gradualmente substituído pelo ip route. No entanto, ainda é amplamente utilizado.

route -n

Outros comandos para trabalhar com rede e roteamento no Linux:

netstat -nr: Este comando exibe a tabela de roteamento IPv4, mostrando as rotas configuradas, destinos e gateways.

netstat -nr

netstat -nr -6: Semelhante ao comando anterior, mas exibe a tabela de roteamento IPv6.

netstat -nr -6

route -n: Este comando também exibe a tabela de roteamento IPv4, mostrando destinos e gateways.

route -n

route -n -6: Semelhante ao comando anterior, mas exibe a tabela de roteamento IPv6.

route -n -6

traceroute fb.com: O comando traceroute rastreia a rota dos pacotes até o domínio “fb.com” usando IPv4.

traceroute fb.com

traceroute fb.com -6: O mesmo que o comando anterior, mas usando IPv6.

traceroute fb.com -6

tcpdump -lni enp0s3 host fb.com: O comando tcpdump monitora o tráfego da interface de rede “enp0s3” e filtra o tráfego relacionado ao host “fb.com”.

tcpdump -lni enp0s3 host fb.com

ping fb.com -4 ou ping fb.com -6: O comando ping verifica a conectividade com o domínio “fb.com”, usando IPv4 ou IPv6, dependendo da opção.

ping fb.com -4

route add default gw 192.168.0.1 dev enp0s3: Adiciona uma rota padrão (gateway padrão) para o IP “192.168.0.1” pela interface “enp0s3”.

route add default gw 192.168.0.1 dev enp0s3

route del default gw 192.168.0.1 dev enp0s3: Remove a rota padrão previamente configurada.

route del default gw 192.168.0.1 dev enp0s3

ip -6 route: Exibe a tabela de roteamento IPv6 atual do sistema.

ip -6 route

O roteamento é uma parte fundamental da administração de redes no Linux. Compreender os conceitos básicos de roteamento e estar familiarizado com as ferramentas e comandos mencionados acima é essencial para configurar, manter e solucionar problemas de redes em sistemas Linux.

Certifique-se de usar essas ferramentas com cuidado, pois a configuração incorreta de rotas pode afetar a conectividade da rede. À medida que você se torna mais experiente, poderá criar redes complexas e garantir que os pacotes de dados alcancem seu destino corretamente.